Na segunda metade do século XIX desenvolveu-se a indústria. Muitas pessoas deixaram o campo e foram trabalhar para as cidades, para as fábricas, tornando-se operários.
Os operários são os trabalhadores manuais da indústria e da construção que trabalham para um patrão.
Trabalhavam muitas horas por dia, 12 ou mais, incluindo as mulheres e as crianças. A jornada podia começar às 5.30 ou 6 horas e terminava às 20 ou 21 horas.
Os salários eram baixos e não eram certos. O trabalho também não era certo, era muitas vezes à tarefa, sem contratos, e acontecia facilmente os trabalhadores serem despedidos. Pôr os operários no desemprego de um momento para o outro não era considerado uma falta às regras sociais.
«A instabilidade é praticamente a regra, mesmo no final do século - o emprego e a mão-de-obra são por definição instáveis.»
Muitas vezes, os operários iam trabalhar com a mulher e os filhos na mesma fábrica. Inicialmente, as mulheres faziam, sobretudo, tarefas raramente mecanizadas. As crianças faziam as tarefas mais simples e de apoio aos adultos. As crianças começavam a trabalhar a partir dos 8 anos ou ainda mais cedo.
Em França, um decreto de 1813 proibia o emprego de crianças com menos de 10 anos no fundo da mina.
Nas minas, o trabalho das crianças era indispensável: havia secções onde só os mais pequenos cabiam. Transportavam as madeiras para sustentação, faziam a triagem dos blocos de carvão, compunham os aterros, punham óleo nos vagões, empurravam-nos ao longo dos túneis, abriam e fechavam as portas de arejamento e faziam recados aos mineiros.
Na fábrica «o jovem forma-se a si próprio, olhando, experimentando sucessivamente os trabalhos mais complexos.»
O trabalho produtivo dos mais “fracos”, aqueles que não faziam trabalhos que exigiam força física, era mal pago: as mulheres ganhavam cerca de metade do salário dos homens. As crianças ganhavam aproximadamente um quarto e o seu horário era igual aos dos adultos.
O ambiente da fabrica era sujo, com detritos, óleos, fuligem, serradura, produtos químicos, múltiplos dejetos, etc.
Não havia sistemas de segurança nas máquinas e eram muitos os acidentes. Quem estava mais exposto aos perigos eram as crianças.
Os operários viviam em aglomerados nas periferias das cidades ou em bairros operários construídos para eles. Os salários eram gastos quase totalmente na renda da casa e na alimentação. Era importante todo o dinheiro que a família ganhava.
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